Trabalhadora doméstica é resgatada em situação semelhante à escravidão após trabalhar 36 anos sem receber salário na Bahia
12/09/2025
(Foto: Reprodução) Empregada doméstica é resgatada em situação semelhante à escravidão após trabalhar 36 anos sem receber salário
AFT
Uma empregada doméstica de 46 anos foi resgatada em situação semelhante à escravidão, na quinta-feira (11), em Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia.
Segundo informações do Ministério do Trabalho e Emprego, a mulher foi morar com a família ainda na infância, quando tinha 10 anos de idade, e sempre trabalhou sem remuneração e vivia em situação de degradância, com jornada exaustiva e em total disponibilidade às necessidades da família empregadora.
Além de todo o trabalho doméstico realizado na residência, a empregada fazia comidas, doces e salgados para uma lanchonete que funciona anexa à casa e também de propriedade dos patrões, onde também fazia atendimento e limpeza.
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O resgate da emprega doméstica foi realizado pela Auditoria-Fiscal do Trabalho (AFT) com a retirada da mulher da residência e a equipe segue com os procedimentos para a reparação dos direitos trabalhistas e inserção da empregada na sociedade.
Na próxima terça (16), está marcada audiência com os empregadores domésticos para pagamento das verbas devidas.
A operação, coordenada pela Auditoria-Fiscal do Trabalho, contou com o apoio também de uma procuradora do trabalho, uma defensora pública da união, um administrativo do Ministério do Trabalho e dois policiais federais.
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Resgate em Poções
Na mesma região, mas desta vez na cidade de Poções, a 68 km de Vitória da Conquista, outra empregada doméstica, de 86 anos, foi resgatada de situação semelhante ao trabalho escravo, em maio deste ano.
Conforme o Ministério do Trabalho e Emprego, ela foi morar na casa dos pais da empregadora ainda criança e prestou serviços domésticos para a família por mais de 70 anos, sempre à disposição para servir na hora e local que precisavam.
A trabalhadora é analfabeta, não era autorizada a sair da residência desacompanhada e se manteve todo esse tempo sem qualquer ingerência sobre a sua própria vida, tendo sido privada do convívio social.
A equipe de auditores fiscais do trabalho apurou que, quando jovem, a empregada sofreu um abuso sexual e engravidou. No entanto, o filho nasceu, mas foi doado sem o seu consentimento e ela nunca teve contato com ele.
Um dos depoentes afirmou que esse filho foi até a cidade de Poções, há uns dois anos, procurar a sua mãe biológica, mas a família empregadora escondeu a trabalhadora, impedindo o encontro.
A atual empregadora é médica do trabalho e proprietária de clínica na cidade. A equipe lavrou autos de infração e produziu relatório de ação fiscal que será encaminhado para outros órgãos para que sejam tomadas as providências cabíveis.
⚠️ COMO DENUNCIAR? - Existe um canal específico para denúncias de trabalho análogo à escravidão: é o Sistema Ipê, disponível pela internet. O denunciante não precisa se identificar, basta acessar o sistema e inserir o maior número possível de informações.
A ideia é que a fiscalização possa, a partir dessas informações do denunciante, analisar se o caso de fato configura trabalho análogo à escravidão e realizar as verificações no local.
Empregada doméstica é resgatada em situação semelhante à escravidão na Bahia
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